USO E CONSERVAÇÃO DE ESPÉCIES EM UMA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL (APA) NA BAIXADA MARANHENSE, AMAZÔNIA ORIENTAL, BRASIL

UM ESTUDO ETNOBOTÂNICO DE UMA COMUNIDADE QUILOMBOLA

  • Ingrid Fabiana Fonseca Amorim Universidade Federal do Maranhão, Brasil
  • Reinaldo Farias Paiva de Lucena Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Brasil
  • Eduardo Bezerra de Almeida Jr. Universidade Federal do Maranhão, Brasil
Palavras-chave: conhecimento tradicional, etnobotânica, Quilombolo, valor de uso

Resumo

O bioma amazônico apresenta uma grande extensão territorial que compreende do oceano Atlântico à Cordilheira dos Andes, abrangendo parte de nove países da América do Sul que corresponde a 69% do território brasileiro. Essa pesquisa foi realizada entre setembro de 2019 a setembro de 2020 no quilombo de Pericumã, com objetivo de averiguar o conhecimento etnobotânico na comunidade quilombola de Pericumã Baixada Maranhense (Bequimão, MA). Foram realizadas entrevistas semiestruturadas do tipo censo com chefes de família (homens e mulheres) entre 30 e 93 anos. As espécies foram categorizadas de acordo com sua forma de uso na comunidade. Para atender o objetivo foi empregado o valor de uso (VU), curva de rarefação e Chao1 para suficiência amostral da pesquisa. Foram citados 144 nomes vernaculares, correspondendo a 136 espécies, 109 gêneros e 46 famílias. As formas de uso mais citadas foram alimentação e medicinal e as espécies com maior VU foram: babaçu, Attalea speciosa Mart. Ex Spreng.; manga, Mangifera indica L.; caju, Anacardium occidentale L., devido a sua importância socioeconômica e cultural na Baixada Maranhense. Os status de conservação registrados foram: vulneráveis (VU), menos preocupante (LC) e quase ameaçada (NT), demostrando a importância de estudos etnobotânicos e ecológicos na região. Os resultados demonstraram que a comunidade de Pericumã possui um vasto conhecimento sobre a vegetação local e suas formas de uso, destacando a grande riqueza florística e cultural.

Publicado
2023-08-13
Seção
Artículos en extenso