TRATAMENTO ETNOBOTÂNICO DE DOENÇAS TROPICAIS, MALÁRIA E DENGUE, PRESCRITO PELOS PRATICANTES DE BIOENERGÉTICO E PERFIL DA POPULAÇÃO ENVOLVIDA NA AMAZÔNIA MERIDIONAL
Resumo
A Organização Mundial da Saúde vem incentivando políticas públicas em vários países para a implementação de medicamentos alternativos a fim de complementar seus sistemas de saúde. Assim, este trabalho teve como objetivo realizar um levantamento etnobotânico com equipes bioenergéticas, que utiliza conhecimentos etnobotanicos, a fim de listar as espécies utilizadas no tratamento da malária e da dengue e observar fatores socioeconômicos dos participantes. Foram citadas 56 espécies de 31 famílias botânicas, das quais 37 espécies para o tratamento da malária e 54 para a dengue, sendo muitas plantas usadas em ambos os tratamentos. As espécies mais utilizadas para o tratamento da malária são Baccharis trimera (Less.) DC, Aristolochia trilobata L., Momordica charantia L., Esenbeckia leiocarpa Engl., Abuta grandifolia (Mart.), Strychnos pseudoquina A. St.-Hil. e Stachyterpheta cayennensis (Rich.) Vahl. Para o tratamento da dengue destacam-se Baccharis trimera (Less.) DC, Aristolochia trilobata L., Momordica charantia L., Chenopodium ambrosioides L., Ocimum gratissimum L., Strychnos pseudoquina A. St.-Hil. e Stachyterpheta cayennensis (Rich.) Vahl. Foi possível verificar que A. trilobata, S. pseudoquina, C. ambrosioides e M. charantia são as espécies comuns no tratamento de ambas doenças. Aspidosperma macrocarpon e Sambucus canadensis são indicadas aqui como importantes para estudos complementares a fim de determinar a presença de compostos metabólicos de interesse, visto a ausencia de estudos com essas espécies. As condições socioeconômicas, culturais e religiosas tiveram influência direta na popularização da bioenergia em Alta Floresta-MT, dominada por pessoas de origem rural e que mesmo com acesso à medicina convencional procuram este método de tratamento.