O PADRÃO DA CAÇA DE SUBSISTÊNCIA EM UMA RESERVA EXTRATIVISTA NA AMAZÔNIA ORIENTAL, BRASIL
Resumen
A caça de animais silvestres é uma das práticas mais comuns para a utilização dos recursos naturais, contudo quando realizada em grande escala pode alcançar níveis alarmantes e até caracterizar-se como uma ameaça de extinção a populações selvagens. Considerando a necessidade de ampliar estudos que abordam esta problemática, o presente artigo objetivou descrever os padrões da atividade de caça efetuada em seis comunidades da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, localizada no oeste do Pará, Brasil, e integrantes do Programa de Monitoramento da Biodiversidade (Monitora). Baseando-se no Mapeamento Participativo da unidade de conservação, tais áreas foram pré-classificadas em níveis de intensidade (alta, média e baixa) de caça. Utilizando os dados de 864 eventos de caça foi possível qualificar o tempo investido nas caçadas e investigar a composição e biomassa das espécies abatidas nas comunidades com diferentes níveis de intensidade. Em um ano de monitoramento foi possível observar uma dissimilaridade na composição e biomassa de espécies abatidas, bem como no tempo investido nas ações de caça. Estes resultados podem ser reflexo das estratégias de caça (preferência de abate) empregadas pelas comunidades tradicionais e não necessariamente da alta intensidade de uso da fauna nas áreas de maior pressão da atividade. O padrão de captura das espécies na Tapajós-Arapiuns poderá ser confirmado ao longo do tempo por meio do projeto de monitoramento participativo da caça de subsistência.