MUITOS NOMES, MUITAS PERNAS: REGIONALIZAÇÃO DE VERNÁCULOS POPULARES USADOS PARA ESPÉCIES DE DIPLOPODA (ARTHROPODA, MYRIAPODA) NO BRASIL

  • Luiz Iniesta Universidade Federal do Maranhão, Brasil
  • Rodrigo Salvador Bouzan Instituto Butantan, São Paulo, Brasil.
  • Antonio Domingos Brescovit Instituto Butantan, São Paulo, Brasil.
Palabras clave: etnozoologia, miriápodes, gongo, gongolo, piolho-de-cobra

Resumen

A classe Diplopoda é a mais diversa no subfilo Myriapoda com cerca de 12.000 espécies conhecidas. No Brasil, estima-se cerca de 600 espécies descritas, com grande diversidade na região Sudeste. Tradicionalmente, a nomenclatura vernácula no país tende a associar nomes populares de animais a diversas características locais e regionais, seja pela associação de características corpóreas das espécies ou pelo meio em que vivem. O presente trabalho é focado em analisar qualitativamente a distribuição e o uso de nomes populares para Diplopoda por regiões no Brasil. Como resultado, os vernáculos gongo e piolho-de-cobra apresentaram os maiores volumes totais de buscas, com frações de volumes de 1015 e 714, respectivamente. Alguns grupos se destacam pelo uso compartilhado de vernáculos, como diplopode e piolho-de-cobra usados em maioria pelos estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro. Os mapas regionais destacaram o uso dos vernáculos diplopoda e diplopode majoritariamente para a região Sudeste do país, o vernáculo embuá parcialmente para o norte, nordeste e sudeste, enquanto gongo e gonolo são amplamente difundidos em todos as regiões no Brasil. Os vernáculos mais observados não se relacionam com alguma utilidade ou serviço ecossistêmico das espécies com as populações locais, além dos próprios nomes não presumirem relação de importância médica ou agrícola das espécies.

Publicado
2023-08-13
Sección
Artículos en extenso