PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS NO NORDESTE BRASILEIRO COM POTENCIAL FITOTERÁPICO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

  • Melina Passos Santana Ferraz Universidade Federal do Sul da Bahia
  • Jorge Antonio Silva Costa Universidade Federal do Sul da Bahia, Brasil
  • Cristiana Barros Nascimento Costa Universidade Federal do Sul da Bahia, Brasil
  • Jaílson Santos de Novais Universidade Federal do Sul da Bahia, Brasil
  • Gisele Lopes de Oliveira Universidade Federal do Sul da Bahia, Brasil
Palabras clave: biodiversidade, etnobotânica, nordeste do Brasil, plantas medicinais

Resumen

O Nordeste do Brasil conta com uma rica flora nativa utilizada para fins terapêuticos na medicina popular. Políticas e Programas Nacionais incentivam o uso de plantas da medicina popular no seu Sistema de Saúde, priorizando espécies locais como estratégia de credibilizar a fitoterapia junto aos usuários. Entretanto, a falta de conhecimento das plantas pelos profissionais de saúde, a ênfase na medicina alopática e o desconhecimento das espécies vegetais das listas oficiais em diferentes regiões do país, são alguns dos fatores apontados como barreiras ao sucesso de tais programas. Nesta perspectiva, a presente pesquisa revisou a literatura em etnobotânica visando conhecer as principais espécies de plantas medicinais utilizadas nesta região e com potencial para a fitoterapia. Após con- sultar a Biblioteca Virtual de Saúde e a PubMed, foram selecionados 58 artigos publicados entre janeiro/2015 e dezembro/2019, sendo registradas 590 espécies de plantas medicinais. Destas espécies, 129 (22%) foram citadas entre 5 a 35 estudos e 35 (27%) das espécies possuem autorização de uso como fitoterápicos, sendo apenas 11 (31.43%) espécies nativas. Verificou-se que das 71 espécies constantes na Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao Sistema Único de Saúde do Brasil, 60 são utilizadas pelas comunidades humanas do Nordeste, reforçando a contribuição da região para o tema. São apresentadas 57 espécies nativas que ainda não possuem autorização para o registro simplificado como fitoterápico, mas que possuem uso na medicina popular. Esses dados procuram minimizar a falta de conhecimento sobre as espécies nativas e valorizar o uso na fitoterapia regional. Sugere-se fomentar pesquisas em parceria com as comunidades locais que analisem a ação terapêutica das plantas medicinais e incentive o uso na Atenção Primária à Saúde, em conformidade com a Lei 13.123/2015, a fim de proteger o acesso ao conhecimento tradicional e garantir a repartição dos benefícios.

Publicado
2023-08-13
Sección
Artículos en extenso